Por que não, o Haiti?

Caros Irmãos: o Irmão Irineu, criador do Santo Daime, lá no alto Amazonas, no seu hinário, alerta-nos contra o que ele chama, na sua linguagem cabocla, de correio da má notícia. É o que estávamos discutindo sobre a midia; nem bem saímos das "tragédias" de Sta. Catarina, entrou Angra dos Reis, que emendou com o R.S. e - maravilha - com o terremoto do Haiti.

Por que o Haiti?, perguntam alguns de nós. Aí eu pergunto: por que não, o Haiti?

Não se trata de implicância nem minha, nem do Planeta, nem de Deusnossinhô com o Haiti; terremoto, sempre houve; no final de 2009, regiões da China estavam às voltas com teremotos e a conseqüente mortandade; mas o sensacionalismo da midia foi mínimo, uma vez que a China se resguarda deste e doutros correios da má notícia.

Um dos mais recorrentes, é o do fim do Mundo. Lembro aos companheiros "jovens há mais tempo" como eu, que para a Cidade do México, o fim do mundo foi na década de 80. Um terremoto de 6 pontos na escala Richter foi bem mais trágico, levando em conta o fato da Cidade do México ser das mais populosas do Planeta, pari passu com São Paulo, Tokyo e New York. Inda mais que naquele tempo, a tecnololgia tanto de informação como de socorro, não eram tão sofisticadas como hoje.

No entanto, eu queria chamar a nossa atenção para essa tendência de valorizar o "correio da má notícia" inclusive, entre nós, os "buscdores da consciência", militantes esotéricos. Nós tembém vivemos à cata de sinais do fim do mundo, como se a corroborar a nossa fé (fraca) naquilo que cremos.

Transição é a palavra chave; seja do ternário para o quaternário da OFL, ou das Eras de Peixes para Aquário da astrologia, ou de Kali Yuga pra a Nova Idade de Buda do Induísmo. E o nosso foco não deveria ser nos sinais de destruição, e sim, nos abundantes sinais da construção da nova Idade, Era, Mundo, Dimensão, como queiram. Aqui mesmo, em termos ternários "incoscientes": agricultura biológica e renovável, desenvolvimento sustentável, desenvolvimento social e dos direitos humanos (extensivos às demais espécies nos programas de preservação das raças em risco de extinção) etc, etc, etc.